Cadernos de Psicologia

. Os Desaﬁos de Estudar o Quinto Sinal Vital: A Dor

2024-07-23T11:48:28-03:00

Medir, enquanto determinar e avaliar, por meio de instrumentos ou técnicas de medida, o que quer que seja, é fundamental para toda investigação científica. Assim considerado, variadas instituições que visam um tratamento compreensivo têm se preocupado com a avaliação e mensuração da dor em quaisquer de suas facetas ou dimensões. Neste artigo, apresentamos, acerca de da dor, sua caracterização como enigma, sua incidência e seus custos; sua localização na história e a história de sua mensuração; sua definição, teoria, caracterização como quinto sinal vital e o problema psicofísico que a envolve; a relação dor e sobrevivência e sua dimensionalidade; as comorbidades que a envolvem, o contexto no qual se manifesta e sua caracterização como dor social; as possibilidades de medi-la, sua relação com as diferenças individuais e a subjetividade. Concluímos com o que pode ser entendido como avaliação global da dor e como diferenciar avaliação da dor de mensuração da dor.

Correlatos Neurais da Dor, Resiliência e Empatia

2024-04-08T11:03:59-03:00

Atualmente, a dor é compreendida como um fenômeno complexo influenciado por fatores biopsicossociais, evidenciado pelo crescente corpo de pesquisa na "nova ciência da dor". A neurobiologia da dor revela uma rede cerebral complexa associada à percepção da dor, com implicações claras para distúrbios emocionais, como a depressão. Empatia e resiliência são habilidades comportamentais cruciais, observadas tanto em humanos quanto em animais, com bases neurobiológicas relacionadas à compreensão das emoções alheias e à adaptação a situações adversas. Para isso, realizou-se uma revisão sistemática em duas bases de dados (PubMed e Lilacs), incluindo artigos em inglês e sem limitação de datas, para ter uma abrangência maior. Onde foram identificados inicialmente 3.649 estudos, após os critérios de inclusão e exclusão, identificou-se 72 artigos relevantes que exploram essa inter-relação, destacando convergências neurobiológicas na modulação da dor por empatia e resiliência. A empatia ativa áreas cerebrais ligadas à compreensão das emoções alheias, enquanto a resiliência está associada à adaptação a situações estressantes, ambas compartilhando convergências neurobiológicas no processamento da dor. Intervenções terapêuticas, como mindfulness e psicoterapia, mostram-se promissoras na promoção da empatia e resiliência, oferecendo novas perspectivas para o manejo da dor crônica. Essas descobertas destacam a importância de uma abordagem multidimensional no tratamento da dor crônica, integrando considerações psicossociais para melhorar os resultados do paciente.

Neuropsicologia, Reabilitação Cognitiva e Dor Crônica: Uma Revisão

2024-03-29T12:11:58-03:00

A dor é uma experiência complexa, influenciada por fatores biológicos, psicológicos e sociais. Devido a sua complexidade e seu componente subjetivo, a dor crônica tem sido alvo de pesquisas e intervenções psicológicas que visam promover saúde mental, adaptação e o desenvolvimento de habilidades de enfrentamento. O objetivo desse trabalho é apresentar a interrelação entre neuropsicologia e reabilitação psicológica em dor crônica. Além do impacto no cotidiano e na saúde mental, a dor crônica pode causar prejuízos na saúde mental, atenção, memória, funções executivas. Com isso, é necessário não só que o psicólogo adote uma postura profissional que vá além de compreender a dimensão subjetiva da dor, ampliando para uma profunda compreensão das relações da dor com as emoções, experiências de vida e todo o funcionamento do cérebro. Assim, além da fundamental postura de validação e acolhimento, típicas etapas do acompanhamento terapêutico, o psicólogo deve aprofundar sua prática em educação sobre a dor e reabilitação cognitiva, além de técnicas não farmacológicas para o manejo da dor.

Por que, Quando e Como Realizar uma Avaliação Multiaxial, Biopsicossocial ou Neuropsicológica do Paciente com Dor?

2024-08-12T10:31:18-03:00

O presente artigo pretende discorrer sobre alguns aspectos teóricos que subsidiam a compreensão biopsicossocial da dor, fundamentando a realização de um diagnóstico que considerem a multidimensionalidade do fenômeno dor. Estas considerações serão tecidas a partir de uma revisão narrativa de alguns conceitos centrais referentes à multidimensionalidade da dor, dos aspectos a serem acessados numa avaliação multiaxial e de uma reflexão sobre os métodos a serem utilizados neste processo, descrevendo as indicações para uma avaliação biopsicossocial e estabelecendo os objetivos da avaliação biopsicossocial com ênfase na abordagem de diferentes profissionais. Esta reflexão teórica é fundamentada em alguns artigos científicos e capítulos de referência na área, sem a pretensão de esgotar toda a literatura. Os resultados oriundos desta discussão sugerem que todos os profissionais que atendam pacientes com dor, independente de sua área de atuação devem considerar as dimensões biológica, comportamental, cognitiva e afetiva da experiência dolorosa, devendo utilizar uma anamnese que investigue estes aspectos, bem como escalas/inventários que facilitem o rastreio de elementos importantes para a compreensão deste fenômeno. A presente revisão teórica também sugere que seja dada uma devolutiva mais estruturada ao paciente com dor crônica sobre a multidimensionalidade de fatores que podem contribuir para o desenvolvimento ou manutenção da dor crônica.

Um Grupo Terapêutico Vivendo o Luto na Terceira Idade: Uma Análise Qualitativa

2024-04-05T15:06:14-03:00

A terceira idade é marcada por perdas diversas, inclusive a de entes queridos. A vivência subjetiva dessas faltas depende de fatores individuais e ambientais somados às vulnerabilidades típicas da terceira idade. Um estudo com nove idosos enlutados pela morte de pessoas amadas visou entender como um grupo terapêutico poderia auxiliar na elaboração do luto. A estruturação dos encontros se baseou no Modelo de Processo Dual do luto de Stroebe e Schut, com estratégias das Terapias Comportamentais Contextuais e princípios das Terapias Comunitárias Integrativas. Analisou-se áudios das sessões usando-se os preceitos da Grounded Theory Analysis. Os resultados mostraram uma gradativa ressignificação do luto entre os participantes. Ao longo das sessões, destacaram-se processos de socialização, aceitação, envolvimento ativo, maior disponibilidade afetiva e mudança de perspectiva. Os resultados permitem afirmar a viabilidade de uma terapia contextual para grupos de idosos enlutados.

Palavras-chave: idosos, luto, grupos terapêuticos, terapias comportamentais contextuais, teoria fundamentada.

Quiet Quitting: Uma Tendência no Pós-pandemia Sars-Cov-2 ou um Grito Silencioso do Trabalha(dor)?

2024-08-18T15:07:27-03:00

Ao longo da sua história, a sociedade foi marcada por grandes transformações, essas, ocorridas em diferentes contextos políticos, sociais e econômicos. O presente artigo tem como objetivo compreender o fenômeno denominado quiet quitting ou “desistência silenciosa” no mundo do trabalho. Neste estudo o fenômeno é compreendido como uma dor oriunda da atividade profissional, a pesquisa considerou o período de pós-pandemia de Sars-CoV-2, para análise de relação ou nexo causal entre estes eventos. O método desenvolvido na pesquisa foi de revisão da literatura na perspectiva metodológica de metassíntese qualitativa, para esse desenvolvimento, foram utilizados artigos nacionais e internacionais, publicados nos últimos anos em diferentes bases de dados e periódicos sobre o tema. As considerações apontadas na pesquisa, indicam que esse fenômeno é mais presente e possível de identificação no período pós-pandemia do Sars-Cov-2, como conclusão do estudo, foi possível compreender esse nexo causal e os fatores que promoveram o fenômeno nesse contexto.