Cadernos de Psicologia
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<p><strong><em>Cadernos de Psicologia/Psychology Notes </em></strong><span style="font-weight: 400;">é uma publicação de periodicidade semestral da Sociedade Brasileira de Psicologia, de veiculação exclusivamente </span><em><span style="font-weight: 400;">on-line</span></em><span style="font-weight: 400;">., <em><strong>ISSN eletrônico ( 27649660).</strong></em> É uma revista de acesso aberto, que acolhe trabalhos de alta qualidade que podem ser destinados ao uso didático ou em atividades de ensino e formação. A revista divulga trabalhos originais e inéditos, na área de Psicologia, caracterizados por serem estudos teóricos, estudos históricos, estudos metodológicos, revisões de literatura, bionotas da psicologia brasileira e memorabilia.</span><span style="font-weight: 400;"><br /></span></p>Maria Stella C. de Alcantara Gilpt-BRCadernos de Psicologia1414-3925Memória e Fake News: Contribuições da Psicologia Cognitiva para a Compreensão do Fenômeno da Desinformação
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<p>Embora informações falsas sejam utilizadas sistematicamente com fins políticos e econômicos há vários séculos, recentemente elas alcançaram níveis de influência e de “contágio” sem precedentes. Isto ocorre devido à uma série de fatores, sobretudo tecnológicos e econômicos. Uma infinidade de termos, como notícia falsa, desinformação, contrainformação, má-informação, dentre outros, têm sido utilizados para descrever o fenômeno que é complexo e demanda pesquisas em múltiplas áreas. No entanto, há escassez de literatura em psicologia cognitiva relacionada ao tema, especialmente sobre memória. Visando reduzir essa lacuna, objetivamos no presente artigo estabelecer as pontes entre estes fenômenos e as teorias da memória. Além desse esforço de cunho mais teórico, realizamos uma breve revisão de publicações em português e inglês que apresentam dados experimentais sobre o fenômeno. A maioria dos estudos com psicologia cognitiva encontrados abordam o fenômeno pelas vias de processos de raciocínio e tomada de decisão, porém falham ao desconsiderarem processos de memória. Uma informação falsa raramente é completamente nova e nossos processos decisórios e de raciocínio se apoiam em nossas memórias semânticas para decidir o que é real e o que é falso. Portanto, tomar em consideração os processos de memória é essencial não apenas para o melhor entendimento do fenômeno, como também para o seu efetivo enfrentamento.</p>Matheus Philippe de Faria SantosThales Augusto Ferreira AndradeAntônio Jaeger
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2024-12-192024-12-19513434Breve panorama sobre instrumentos para rastreio Transtorno do Espectro Autista (TEA) em adultos: Resultados de uma revisão integrativa
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<p>O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição clínica complexa. Embora menos frequente, o diagnóstico de TEA em adultos tem ganhado mais atenção, o que traz novos desafios teóricos e clínicos. Ferramentas de triagem são amplamente utilizadas para auxiliar os clínicos, mas poucas estão disponíveis para essa população, algumas apresentam suporte psicométrico e estatístico frágil e pouco foco em comportamentos mais voltados à apresentação do autismo em mulheres. Diante disso, este estudo realizou uma revisão integrativa nas bases de dados PubMed e Scielo para identificar ferramentas publicadas entre 2017 e 2023, em português ou inglês. Identificamos 189 estudos e 16 atenderam aos critérios de inclusão. Esses estudos foram agrupados em dois grandes domínios: (a) apresentaram uma revisão da literatura sobre as ferramentas disponíveis ou (b) adaptaram ferramentas internacionais para o contexto brasileiro. Concluímos que (a) poucas ferramentas estão atualmente disponíveis, (b) as evidências psicométricas dessas variaram de inadequadas a adequadas, e (c) há uma carência de ferramentas mais voltadas para a população feminina, especialmente no contexto brasileiro. Os resultados foram discutidos e recomendamos que o uso de ferramentas seja complementar ao processo diagnóstico, além de serem necessárias novas ferramentas com propriedades psicométricas robustas.</p>Lucas Fortaleza de Aquino FerreiraLouise do Nascimento MarquesPedro SalustianoEmanuelle Cordova de SouzaSilvia Barbosa BenevidesArtur Gil Bezerra SoaresJoão Felippe Casado MaselliJ.Landeira- FernandezChristopher MurrayLuis Anunciação
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2025-02-172025-02-17511515 Devemos Falar sobre o Nojo: Uma Revisão Narrativa
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<p><span style="font-weight: 400;">O nojo foi quase completamente ignorado até meados dos anos 1990, visto que até então não havia nenhum artigo publicado especificamente sobre esta emoção básica. O objetivo deste artigo foi revisar criticamente a literatura sobre o conceito e a expressão do nojo, assim como suas aplicações. O nojo foi contextualizado como uma emoção de relevância evolutiva, biológica e social por possibilitar a evitação de contaminação por patógenos, apresentando-se como um dos mecanismos mais importantes para o ser humano à medida que auxilia na prevenção de doenças, quanto pela função social do nojo moral. A disposição ao nojo e seus componentes de propensão, sensibilidade e reatividade podem estar associadas a transtornos mentais, contextos sociais e autopercepção. Os tratamentos para os transtornos mentais associados ao nojo não apresentam protocolos específicos para a emoção nojo. Até o momento, existem apenas adaptações de protocolos utilizados para medo, como a terapia de exposição. Dada a importância do nojo e a presença dessa emoção em tantos contextos, é uma necessidade abordar diretamente esta emoção e suas interfaces na psicologia. </span></p>Gabriela de Freitas RodriguesGuilherme Rodrigues MoritzLisiane Bizarro
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2024-12-192024-12-19511818Medidas Diretas e Indiretas da Depressão: Contextos Históricos e Tecnologias Atuais
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<p>O presente estudo teórico analisa medidas indiretas e diretas do comportamento na avaliação da depressão. Explora as vantagens e as desvantagens de cada uma delas e sobre os contextos históricos e operacionais que favoreceram a predominância das medidas de autorrelato para a avaliação da depressão. Apresenta algumas respostas adotadas como medidas diretas para avaliação da depressão, tais como a velocidade da fala, pausas, duração das pausas, latência, tom de voz, emocionalidade da fala e diversidade lexical. Também aponta sobre o avanço das tecnologias podem propiciar uma retomada na investigação das medidas diretas e os problemas relacionados ao emprego pouco crítico das inteligências artificiais como ferramenta para a distinção de padrões depressivos/deprimidos e não deprimidos. Destaca ainda como o predominante uso de medidas indiretas de comportamento pode representar uma limitação no ranqueamento das psicoterapias baseadas em evidência. </p>Eduardo Sousa GottiRoberto Alves Banaco
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2024-12-192024-12-19511616Jogos Sérios para Ansiedade Social: Uma Revisão Sistemática
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<p><span style="font-weight: 400;">O Transtorno de Ansiedade Social (TAS) causa medo intenso de avaliações negativas em contextos sociais, levando a evitação e sofrimento psicológico. Terapias como a Terapia Cognitivo-Comportamental são eficazes, porém enfrentam desafios de adesão. E-health, incluindo jogos sérios, emerge como uma promissora alternativa terapêutica devido ao seu potencial de engajamento e eficácia.Uma revisão sistemática realizada de abril de 2024 buscou artigos sobre o uso de jogos sérios no tratamento do Transtorno de Ansiedade Social, abrangendo estudos experimentais e observacionais publicados de janeiro de 2014 a abril de 2024. Utilizando bases como Web of Science e PubMed, foram selecionados estudos que exploraram intervenções com jogos sérios para indivíduos com ansiedade social, com análise criteriosa dos métodos, resultados e limitações dos artigos incluídos.Após revisão sistemática em diversas bases, sete estudos foram incluídos, destacando o uso de jogos sérios para Transtorno de Ansiedade Social. Predominaram abordagens com Terapia Cognitivo-Comportamental, Unity como plataforma com gráficos 3D, e resultados positivos na redução de sintomas, apesar de limitações em amostras e instrumentos de avaliação. A efetividade dos jogos sérios para o Transtorno de Ansiedade Social é variável, destacando-se limitações como amostras pequenas e falta de instrumentos padronizados para avaliação. Estudos enfatizam a necessidade de mais pesquisas para validar resultados e expandir a aplicação clínica dessas intervenções.</span><span style="font-weight: 400;"><br></span></p>Lucas Neves SantosLelio Moura Lourenço
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2025-02-242025-02-24512020Interação entre Professores e Estudantes na Educação Inclusiva: Uma Revisão da Literatura
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<p>O objetivo deste artigo é analisar, na literatura científica, as interações entre professores e estudantes com necessidades educacionais especiais no ensino básico. Para tanto, realizou-se uma revisão da literatura baseada no método Prisma. A busca foi efetuada nas bases de dados no Portal da Capes/Periódicos por artigos revisados por pares publicados no período entre 2019 e 2023, nos idiomas português, espanhol, francês e inglês, e, após a aplicação dos descritores de inclusão, resultou em 10 artigos. Os resultados indicaram que a interação entre professores e estudantes com necessidades educacionais especiais pode propiciar riscos para o desenvolvimento de estudantes, bem como ser uma barreira para a efetivação da educação inclusiva. Os estudos analisados apresentam contribuições a respeito de interações entre professores e estudantes com necessidades educacionais especiais e propõem estratégias e intervenções no âmbito educacional.</p>Mírian Daniela Matos Campos AndradeClaudia Cristina Fukuda
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2025-02-252025-02-25512121Ciência moderna e abordagem nomotética na Psicologia contemporânea
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<p><span style="font-weight: 400;">As categorias ‘idiográfica’ e ‘nomotética’ surgiram com o Neokantismo da Escola de Baden no final do século XIX e início do século XX. Seu uso, classificando as disciplinas das ciências empíricas, gerou debates ao longo do século passado, particularmente acerca do estatuto da Psicologia. Nestes, a categoria ‘nomotética’ foi se tornando equivalente à de ‘ciência empírica’. Neste estudo, analisamos algumas das principais relações filosóficas, sobretudo as epistêmicas, entre a definição original de ‘nomotética’ e definições contemporâneas de ‘ciência moderna’. Concluímos que a ciência moderna é compatível, mas não equivalente, à concepção original de ‘nomotética’. Essa compatibilidade somente se dá no nível epistêmico, único sentido estrito possível para o emprego de tal categoria na Psicologia contemporânea.</span></p>José Olavo Smanio BrandoGustavo Arja Castañon
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2025-02-252025-02-25512424Psicologia do Terrorismo: O que Motiva Pessoas a se Radicalizarem e Aderirem a Grupos Terroristas?
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<p>Este breve artigo se propõe a discutir as diferentes correntes de pesquisa em psicologia acerca das possíveis motivações para que pessoas comuns se envolvam com grupos terroristas, na prática de atos de violência extrema. Excursiona pelas diferentes vertentes dentre as que defendem a existência de transtornos psicológicos e aquelas que concluem pela condição de normalidade no quesito saúde mental. Apresenta os estudos que procuram explicar, em parte, o comportamento e a motivação dos terroristas suicidas, os impactos psicológicos do condicionamento e da manipulação por lideranças carismáticas. Analisa como as crenças podem ser distorcidas e direcionadas para o ódio a um inimigo comum. Conclui que não há evidências nas pesquisas atuais que apontem para um perfil motivacional único tanto psicológico como socioambientais e religioso, e sim uma condição que envolve um conjunto destes fatores.</p>André Luis Woloszyn
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2025-02-252025-02-25511717