Notícias

  • Edição Especial Psicologia da Dpr

    2024-03-31

    CHAMADA DOSSIÊ

     

    PSICOLOGIA DA DOR

     

    Você já parou para pensar como as pessoas descrevem a dor que estão sentindo? Elas o fazem levando em consideração as sensações, os motivos e as compreensões que têm do mundo e das coisas, além, principalmente, de suas emoções. Muitas vezes, e sem o saber, as pessoas a reconhecem e avaliam apoiando-se em diferentes componentes e dimensões da dor. Mas, nem sempre a conduta relacionada à dor foi assim. No passado, grande número de estudos sobre dor e as formas de contê-la, ou seja, de promover sua analgesia, a consideraram um elemento de dimensão unitária, variando apenas em intensidade. Considerar apenas a sensação dolorosa e sua intensidade, sentidas no momento da avaliação, conduziu os estudiosos a desconsiderar a elevada variabilidade do mecanismo da dor ou dos processos capazes de promover um diagnóstico e um tratamento mais eficientes.

    Por outro lado, seria a dor também afetada pela experiência passada e pela cultura? Certamente. Desde as dores do corpo, espírito e coração, mencionadas por nossos antepassados, até as mágoas e desilusões que pontuam nossas vidas, todas, em conjunto, afetam nossos comportamentos e são por estes afetadas, construindo sistemas de valores humanos e conferindo significado e sentido ao real em que se vive. Contemporaneamente, também os deslocamentos intra e intercontinentais, com suas diferentes implicações sociais, culturais e até religiosas, contribuem para a percepção de se estar a sentir dor. Por quê? Porque o homem, enquanto organismo em relação consigo mesmo, com outros animais e com o mundo sofre e reflete o sofrimento físico e psíquico que sente. Face à complexidade relacionada à dor, é a dor um sinal vital? Considerar a dor um sinal vital não seria algo recente?

                Ao final dos anos 90, a dor veio a ser considerada “quinto sinal vital” na literatura médica. O que significa isso na prática? Significa que seu registro rotineiro se tornou imprescindível na prática clínica; tão relevante quanto registrar temperatura, pulsação, pressão arterial e respiração. Significa também que para minorar adequadamente o sofrimento dos pacientes com dor, é fundamental avaliá-la e mensurá-la de forma compreensiva e cientificamente apropriada. Destacamos aqui que a avaliação e mensuração da dor são extremamente importantes no ambiente clínico e hospitalar uma vez que a base para os clínicos de dor chegarem à decisão de que tipo de tratamento e conduta terapêutica prescrever, bem como decidir a interrupção destas intervenções.

                Assim considerando que a dor é uma experiência pessoal e subjetiva, algo que somente pode ser sentido pelos que ela acomete, esta passou a ser definida como tudo o que a pessoa sente, do jeito que sente e quando sente. O diagnóstico e a avaliação apropriados da dor superariam os danos causados pelo problema clínico. Igualmente viabilizariam escolher a melhor e mais segura conduta terapêutica, seja ela medicamentosa, psicológica, nutricional ou baseada em terapias complementares. O alcance disso? Fazer o melhor acompanhamento e análise dos mecanismos de ação de diferentes drogas analgésicas, ajustando doses e a frequência de sua administração. Do mesmo modo, poderíamos verificar a eficácia de quaisquer outras intervenções que não sejam as medicamentosas. Uma vez bem-sucedida a conduta terapêutica, cessa-se a dor e o desprazer a ela associado.

    A convite da Dra. Maria Stella Alcântara Gil, atual editora da revista Cadernos de Psicologia, publicação regular da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP), fomos solicitados a organizar um número especial deste periódico que tratará da Psicologia da Dor. Enquadram-se nesta área temas como:

     

    • Definições do constructo da dor
    • Análise das múltiplas facetas ou dimensões da dor
    • Ferramentas para diagnóstico da dor
    • Avaliação e mensuração da dor
    • Psicofarmacologia da dor
    • Estudos recentes da cannabis para tratamento da dor
    • Tipos e categorias de dor
    • Dor em populações especiais: idosos, fetal e recém-nascidos, crianças, adultos, não falantes do idioma e pessoas com condições clínicas relacionadas ao envelhecimento cognitivo.
    • Comorbidades associadas à dor, tais como, ansiedade, depressão e interrelações com fatores sociais, econômicos e culturais
    • Tratamento e intervenções medicamentosas e não medicamentosas da dor
    • Neurociência e genética da dor
    • O papel da inteligência artificial na prática clínica de dor
    • Modelos, teorias e aplicações relacionadas à dor

     

    Vimos convidá-lo(a) a colaborar e submeter um manuscrito a partir de novembro de 2023, via sistema eletrônico da Revista (link: https://www.cadernosdepsicologia.org.br/index.php/cadernos). O início da publicação, em fluxo contínuo, acontecerá a partir do mês de janeiro de 2024, dependendo da tramitação do processo editorial. A data final para submissão de artigos é 30/06/2024.

    Em aceitando o convite, solicitamos que nos informe, por este e-mail, o título, autores e filiação institucional. Uma vez recebidas as informações, agendaremos um Google Meeting com todos os participantes para esclarecermos eventuais dúvidas.

    Importante: Considerando as particularidades dos Cadernos de Psicologia, os manuscritos deverão ser redigidos em português, com resumos de até 250 palavras em português, inglês e espanhol e, obrigatoriamente, com um resumo em inglês expandido de até 500 palavras. Destacamos que os tipos de publicação aceitos pela Cadernos encontram-se discriminados no link https://www.cadernosdepsicologia.org.br/index.php/cadernos/about/submissions e que o estilo de publicação vigente é aquele que atende às normas da 7ª edição do Manual da APA.

    Enfatizamos, ainda, que a Revista prevê que, ao final do artigo, os autores incluam três conjuntos de informação para os leitores:

    1. Uma breve apresentação do reconhecimento da importância de até cinco referências ou citação (máximo de 20 palavras – as referências não contam);
    2. a apresentação de até cinco referências de livros, vídeos, websites que poderiam ser de interesse para o leitor do artigo e que não fazem parte das referências do manuscrito e
    3. a apresentação de uma breve discussão (até 200 palavras) que trate de um tópico adjacente ao manuscrito considerado fascinante pelos autores. Ver diretrizes para os autores em: https://cadernosdepsicologia.org.br/index.php/cadernos/about/submissions.

     

    Certos de sua atenção, ficamos no aguardo de seu retorno.

     

     

    Editor Convidado

     

    José Aparecido Da Silva

    Instituto de Psicologia

    Universidade de Brasília, UnB-DF

     

    Editores Associados

     

    Renato Leonardo de Freitas

    Laboratório de Neurociências de Dor & Emoções

    Centro Multiusuário de Neuroeletrofisiologia

    Departamento de Cirurgia e Anatomia

    Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Campus da USP de Ribeirão Preto

     

    Rosana Maria Tristão

    Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina

    Universidade de Brasília, UnB-DF

     

    Vaneila Ferreira Martins

    Centro Universitário  Alfredo Nasser

    Faculdade de Medicina,  Goiânia, Goiás

     

     

    Saiba mais sobre Edição Especial Psicologia da Dpr