Da filosofia à neurobiologia
O que o psicólogo precisa saber sobre os efeitos da psicoterapia no sistema nervoso
Palavras-chave:
literatura, psicoterapia, sistema nervosoResumo
A posição dualista da atividade psicológica humana vem se tornando cada vez mais difícil de ser sutentada dado ao acúmulo de conhecimento sobre desenvolvimento, a organização e o funcionamento do sistema nervoso. Existe hoje um verdadeiro exército de pesquisadores que vem promovendo avenços nunca vistos em torno da neurobiologia. São esses avanços que levam a crer que a atividade psicológica humana tem um substrato neural. Desta forma, a posição Cartesiana, que um dia serviu como ponto de partida para impulsionar o desenvolvimento da psicologia, está hoje, em oposição a uma visão psicobiológica que sugere uma base material para a atividade psicológica humana. Embora a neurociência esteja alcançando grande avnaço na compreensão da mente humana, sua interação com a psicologia clínica ainda é bastante incipiente. Isto talvez se deva à antiga crença de que a psicoterapia tem o poder de promover alterações na atividade mental humana através de forças imateriais, enquanto o sistema nervoso, formado por matéria, é rígido e totalmente programado geneticamente. O Objetivo desta apresentação é o de mostrar que esta crença é infundada. Sabe-se hoje que o cérebro humano é extremamente plástico e está em constante modificação. Apresentamos alguns experimentos com animais mostrando a importância do meio social na modificação do funcionamento neural. Apresentamos também resultados experimentais indicando que a psicoterapia tem um efeito na atividade mental do paciente graças a sua capacidade de promover transformações no funcionamento neural do sujeito, alteranto o padrão de comunicação neural em áreas específicas do cérebro. Calcado nessas descobertas, é importante discutir se esse conhecimento produzido pela psicoterapia pode oferecer novas alternativas de se compreender a relação mente-cérebro bem como o efeito da psicoterapia sobre a mente humana.