Devemos Falar sobre o Nojo: Uma Revisão Narrativa
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Palavras-chave:
Nojo; Disposição ao Nojo; Sensibilidade ao Nojo; Nojo Moral; Nojo de Si.Resumo
O nojo foi quase completamente ignorado até meados dos anos 1990, visto que até então não havia nenhum artigo publicado especificamente sobre esta emoção básica. O objetivo deste artigo foi revisar criticamente a literatura sobre o conceito e a expressão do nojo, assim como suas aplicações. O nojo foi contextualizado como uma emoção de relevância evolutiva, biológica e social por possibilitar a evitação de contaminação por patógenos, apresentando-se como um dos mecanismos mais importantes para o ser humano à medida que auxilia na prevenção de doenças, quanto pela função social do nojo moral. A disposição ao nojo e seus componentes de propensão, sensibilidade e reatividade podem estar associadas a transtornos mentais, contextos sociais e autopercepção. Os tratamentos para os transtornos mentais associados ao nojo não apresentam protocolos específicos para a emoção nojo. Até o momento, existem apenas adaptações de protocolos utilizados para medo, como a terapia de exposição. Dada a importância do nojo e a presença dessa emoção em tantos contextos, é uma necessidade abordar diretamente esta emoção e suas interfaces na psicologia.