Ansiedade Na Pandemia De Covid-19 No Brasil:Um Estudo Longitudinal
Um Estudo Longitudinal
Palavras-chave:
Pandemia, COVID-19, Ansiedade, Saúde MentalResumo
Objetivo: Medir a prevalência de ansiedade de maneira longitudinal em dois momentos da pandemia de COVID-19 e os fatores associados. Método: Foi realizado um estudo longitudinal observacional com 485 participantes residentes nas 27 unidades federativas do Brasil através de um questionário online autosselecionável. Foram avaliadas características sociodemográficas, características de saúde do indivíduo, estresse e ansiedade. A análise descritiva foi feita por meio de médias, desvio-padrão e prevalências utilizando intervalo de confiança de 95%. Resultados: No período da primeira coleta (T1) 20,6% dos respondentes apresentaram ansiedade clinicamente relevante enquanto na segunda coleta 22,7% dos participantes apresentavam ansiedade clinicamente significativa. Entre os períodos analisados, 15,6% dos participantes que não apresentavam ansiedade na primeira coleta desenvolveram ansiedade clinicamente significativa no segundo período e 50% dos que estavam ansiosos no primeiro momento não apresentavam ansiedade clinicamente significativa no período final. Foi possível identificar associações significativas entre incidência de ansiedade e ter até 24 anos, menor escolaridade, altos índices de medo da COVID-19, pouca atividade física praticada, altos níveis de estresse e menor renda familiar. Ao mesmo tempo, foram observadas associações significativas entre a incidência de recuperação e maior escolaridade, não ter perdido familiares para a COVID-19, menores níveis de estresse e maior renda familiar. Conclusão: Apesar da alta prevalência de sintomatologia ansiosa nos brasileiros, fatores sociodemográficos e comportamentais foram identificados como fatores de risco e proteção para o desenvolvimento de sintomatologia ansiosa clinicamente significativa.